sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Pesquisa traça perfil da população idosa


Cabelos brancos, pele enrugada, perda da vitalidade física. Esses são os sintomas do envelhecimento. Porém, ao contrário do que muitos pensam, a idade avançada, por si só, não caracteriza ou determina obrigatoriamente o estado de doença. Mais do que nunca, estudos sobre o tema comprovam que a qualidade de vida, na terceira idade, depende muito mais da cultura e força de vontade do ser humano em manter hábitos de vida saudáveis e auto-estima elevada em todas as fases de sua existência do que de qualquer outro motivo.
Tais dados estão fundamentados nas pesquisas do geriatra e professor do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará, Yúji Magalhães Ikuta que, no momento, em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), desenvolve investigações sobre a “Fragilidade dos Idosos Brasileiros”. A iniciativa, denominada Rede FIBRA, envolve pesquisadores de diversas cidades. O objetivo é coletar o máximo de informações para que seja possível traçar um perfil geral sobre a situação de saúde da pessoa idosa no País. Atualmente, em Belém, a pesquisa está em fase de diagnóstico. A intenção é entrevistar cerca de 600 idosos em vários bairros da capital, de diferentes idades e de diversas classes sociais. De acordo com a pirâmide populacional brasileira, existem no País cerca de 17,5 milhões de idosos, o que corresponde a mais de 10% do total da população nacional. A estimativa é de que esse número possa dobrar em até 30 anos. Segundo o professor Ikuta, esses indicadores revelam uma tendência natural vivida não só no Brasil, mas também na maioria das nações, diante do processo de transição demográfica pelo qual passam as populações mundiais.
“A transição demográfica se dá em decorrência da diminuição das taxas de mortalidade e natalidade que, por sua vez, favorece o crescimento da população idosa”, explica o pesquisador. Conseqüentemente, também se observa o aumento da expectativa de vida da população brasileira. A média nacional, atualmente, está estabelecida em 72 anos. Essa idade varia de acordo com cada região, sendo que as regiões Sul e Sudeste são as que oferecem melhor expectativa, seguidas das regiões Norte, Centro-Oeste e, finalmente, Nordeste.
Em Belém, a população da terceira idade está em torno de 120 mil pessoas, o que corresponde a 8% do total da população. Segundo Yúji Ikuta, a expectativa de vida no Estado só não é maior devido a alguns hábitos desenvolvidos pelos paraenses por influências culturais, como, por exemplo, o de comer alimentos com muito condimento, açúcar, gorduras e sal, que suscetibilizam doenças como as cardiovasculares, as neoplasias, o diabetes e a hipertensão arterial.

Publicado No jornal Beira do Rio

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